domingo, 16 de fevereiro de 2014

DIAS DE FOGO E DESTRUIÇÃO

Para que tudo mude, é necessário que tudo permaneça como está. Tommaso di Lampedusa, Il Gattopardo. Os dias de fogo e destruição continuam tendo como alvo preferencial, o péssimo sistema de transportes da cidade do Rio de Janeiro. Ônibus incendiados, trens e barcas destruídos, em um ciclo de violência que parece não ter fim. Desde 1987, durante governo Moreira Franco apoiado em um enorme arco de alianças, inclusive partidos de esquerda que dias de fogo e destruição tem se repetido ano após ano. Eu trabalhava na Tribuna da Imprensa, o combativo diário da Rua do Lavradio, após ter saído de O Globo e ter tido uma breve passagem pela Isto É. A equipe era mínima mas deu conta do recado, as fotos de Marco Vinício, Jorge Reis e minhas foram bem aproveitadas. Além do Primeiro Caderno ilustrei a capa do segundo caderno o Tribuna Bis, que deu como manchete "A praça de Guerra" "
Eu trabalhei motivado e porque não dizer inspirado. o dono do jornal Hélio Fernandes Filho, Helinho meu grande amigo, preencheu um cheque polpudo para que eu tivesse motivação, e corresse para a pancadaria. Bons tempos, grana é um bom estimulo. Da década de oitenta aos dias de hoje, pouca coisa ou nada mudou, as empresas de ônibus continuam dando as ordens e os governantes apenas assinam em baixo, apesar dos protestos populares. Fica uma pergunta: Até quando?

sábado, 8 de fevereiro de 2014

MARCELLO MASTROIANNI

IL BELO ANTONIO Marcello Mastroianni era o mais famoso ator do século e em muitas ocasiões alter ego de Federico Fellini. Protagonista de filmes memoráveis, em papeis marcantes seja como o Belo Antônio seja como o repórter a cata de celebridades em La Dolce Vita. Marcello veio ao Brasil para fazer dupla com Sonia Braga fazendo o turco Nacibe da obra de Jorge Amado. Paraty vivia dias de gloria em uma festa permanente durante as filmagens de Gabriela. Eu trabalhava no Globo, que não demonstrava nenhum interesse em acompanhar as filmagens, o jornal preferia o bangue bangue dos morros cariocas, ou as festinhas da Hilde. Insatisfeito com a medíocre pauta resolvi dar uma de paparazzi e fui até Paraty ao estilo caçador de imagens, por minha conta e risco. Troquei de horário com um amigo, pedi um dia de folga e parti para a Costa Verde para registrar in loco as cenas de Gabriela. Sabia que o charme de Mastroianni iria atrair a mulherada.
a socialite Irene Singery e Marcello foto Alcyr Cavalcanti Fui duas vezes até Paraty. e uma das vezes acompanhado de Marlene na longa travessia até a cidade histórica. O filme veio na trilha da novela que tinha Sonia Braga como personagem.
O problema ere onde publicar, visto que o Globão não tinha interesse, e não iria acrescentar nenhum centavo ao meu parco salário. Fui até sucursal do Estado de São Paulo chefiada pelo Airton Baffa que gostou muito das imagens e publicou no Jornal da Tarde. Vendi também para a Ultima Hora (com nome suposto) que publicou na coluna do inolvidável Reinaldo Loy a briga entre Bruno Barreto (diretor) e o diretor de fotografia Carlo di Palma. Enfim levantei algum numerário para compensar o esforço.