segunda-feira, 29 de setembro de 2014

X CONGRESSO NACIONAL DE PROFISSIONAIS DE IMAGEM

A VIOLÊNCIA CONTRA OS JORNALISTAS DE IMAGEM
foto acima Wilson Almeida/ARFOC
abertura do x congresso dia 26/09/2014 No dia 26/09/2014 foi oficialmente aberto o X Congresso Nacional dos Profissionais de Imagem no auditório do Hotel São Paulo Inn no Largo Santa Ifigênia em São Paulo com o tema "Violência Contra os Jornalistas de Imagem", em face das constantes agressões contra aqueles que apenas cumprem a tarefa de praticar o legitimo direito de informar a sociedade das diversas situações que acontecem diuturnamente em nosso pais. Repórteres Fotográficos e Cinematográficos tem sido alvo tanto de uma policia despreparada que age como maquina de guerra, quanto por manifestantes desesperados e equivocados que tentam impedir nosso trabalho. Decisões judiciais atingindo profissionais que exerciam a nobre missão de informar ao invés de terem sido reconhecidos pelo seu esforço, tem sido condenados por estarem na "linha de frente', no meio dos acontecimentos, como se fosse possível um registro fotográfico virtual, longe dos fatos. É lamentável.
. Advogado Wagner Patini Martins e Alcyr Cavalcanti-ARFOC-Rio

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

EXPOSIÇÃO PROIBIDA

A Exposição fotográfica de Bill Hackwell foi transferida para a Câmara de Vereadores
A exposição do fotógrafo e antropólogo Bill Hackwell que seria realizada na Associação Brasileira de Imprensa foi transferida para o saguão da Câmara de Vereadores na Cinelândia com vernissage dia 13 de agosto. A mudança de local foi devido a uma proibição feita pela atual diretoria (provisória) da ABI que negou as dependências da entidade, embora estivesse previamente agendada. A mostra fotográfica só pode ser realizada devido á boa vontade do vereador Brizola Neto que gentilmente cedeu as dependências da Câmara nos dando total apoio. Deve-se ressaltar que a ABI sempre foi a Casa dos Jornalistas, no total apoio às iniciativas culturais, principalmente durante a gestão Mauricio Azedo.
Bill Hackwell residente em Oakland na Califórnia já mostrou seu trabalho em vários países. Começou em 1968 no Vietnã e publicou dois livros sobre as consequências da guerra.Sua temática são as mudanças sociais, trabalhadores e situações de extrema pobreza. Atualmente participa de projetos de cunho social tendo como foco a solidariedade e a luta contra as injustiças sociais.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A MORTE DE TIM LOPES E A CÂMERA OCULTA

atualizado em 01/06/2022

VINTE ANOS SEM TIM LOPES O REPÓRTER QUE DEU A VIDA PELA NOTICIA
ELIAS MALUCO ENCONTRADO MORTO EM PRESÍDIO DE SEGURANÇA
"A Cocaína é a Mercadoria por Excelência do Capital"
                                      Antônio Rafael
  Em sua obra "Um abraço para todos os amigos" (EDUFF) o antropólogo Antônio Rafael faz uma etnografia do narcotráfico no Rio de Janeiro, do qual retiro essa citação acima. As altas taxas de lucro de uma mercadoria criminalizada, mas que consegue entrar às toneladas sendo consumida por todas as classes sociais, levando-se em conta que um quilo da droga representa razoável quantia em dinheiro, leva seus agentes a ter um exercício de dominação e proteção armada nos territórios onde exercem sua influência. Existe um poder que deve ser considerado apesar das constantes invasões, e tentativas de pacificação através das armas. Este tipo de comercio possui uma estrutura organizacional diversificada, todas elas remuneradas que produz uma atração e dependência entre os moradores, a maioria sem água, esgoto e principalmente meios de subsistência. Dentro desta estrutura diversificada onde se exerce de fato um poder solidamente constituído, as imagens são interditas, mas foram mostradas em programa de grande audiência e motivaram a vingança por parte de agentes que vivem nas sombras, à margem da lei.Em um dia de junho de 2002 quando todos comemoravam a vitória da seleção brasileira, o repórter Tim Lopes que estava a fazer matéria na Vila Cruseiro foi considerado persona non grata.  Foi covardemente atraiçoado, arrastado, julgado, condenado, e sem apelação torturado e barbaramente executado pelos chefes locais da rede criminal Comando Vermelho, na área chamada Grota no Conjunto de Morros do Alemão. O crime foi atribuído ao chefe do narcotráfico Elias Pereira o Elias Maluco que após uma caçada foi preso e conduzido a presídio de segurança em Catanduva.
Dezessete anos sem Arcanjo Antonino, o nosso Tim Lopes Conheci Tim Lopes nos anos setenta no Jornal O Repórter da imprensa alternativa, dirigido por Luis Alberto Bittencourt, O Luisinho, repórter de economia, extremamente talentoso. Na época trabalhava em O Globo, mas corria muito atrás da noticia "por fora" insatisfeito com as pautas insipidas e inodoras, fruto de uma censura oficial. Eram tempos sombrios, mas com alguma esperança em dias melhores, que começaram a surgir em 1979 com a Lei da Anistia. Havia menos assaltos e menos amadores com celulares da ultima geração capturando imagens do cotidiano de uma cidade com grandes conflitos urbanos. Seguindo a máxima dos caçadores de imagens, andava sempre com a câmera na mão, e às vezes com uma ideia na cabeça, e consegui alguns flagrantes de uma cidade plena de contrastes e confrontos. Tim ficou maravilhado com as imagens e resolveu fazer o texto revisitando os locais onde foram obtidas as fotografias e produzindo dois textos de extrema sensibilidade " Mendigos da rua Santana" e "Zona do Mangue". As reportagens citadas além de muitas outras foram censuradas e fizeram parte do Processo contra o Repórter pela Lei de Segurança Nacional-LSN, artigo "Incitamento à Subversão" em 1978 na Policia Federal. Após vários interrogatórios, pressões, apreensões do jornal, o processo foi arquivado. Voltei a encontrar o Tim e trabalhar com ele em 1987 em minha primeira passagem pelo Jornal do Brasil e tive a felicidade de partilhar com ele matéria em dezembro sobre "Indulto de Natal" onde acompanhamos três presos contemplados com a liberdade provisória para as festas natalinas. Acompanhamos os três após a liberação desde a Frei Caneca até seus diferentes destinos. Eram ligados à rede criminal Comando Vermelho. Encontrávamos eventualmente, estávamos trabalhando em lugares diferentes, ele na TV Globo eu na Tribuna da Imprensa. Era o ano de 2002, ano de Copa do Mundo, casualmente estávamos no mesmo vagão do metrô e tivemos rápida conversa. Ele disse que não estava mais fazendo cobertura sobre violência em favelas, mas pesquisas sobre compositores da musica popular com o querido amigo Marceu Vieira. Infelizmente ele resolveu aprofundar a matéria sobre Feira das Drogas e a relação com os bailes funk, e não mais voltou. Tim Lopes nosso camarada nosso Arcanjo viverá sempre entre nós pelo seu trabalho, suas matérias sempre de cunho social. Ele deu a vida pela noticia.

domingo, 18 de maio de 2014

VISÕES DA COLEÇÃO LUDWIG

Uma das mais importantes coleções particulares do mundo
Peter Ludwig nasceu em Koblenz na Alemanha em 1925 e depois foi para os Estados Unidos. Foi um dos grandes responsáveis pela popularização dos expoentes da Pop Art na Europa. Estudou Sociologia, Teologia e História da Arte e escreveu a Construção Social da Realidade junto com Thomas Luckman.
Tríptico de Vladimir Yankilevsky A coleção de Pater Ludwig totaliza mais de 20mil obras espalhadas em dez museus, o mais importante é o Museu Ludwig em Colônia na Alemanha.
A exposição no CCBB na Candelária no Centro do Rio de Janeiro com 78 obras faz parte do acervo doado por ele ao Museu Estatal em São Petersburgo na Rússia.
fotografia de Gunther Sachs Von Opel na coleção Ludwig
Visões na Coleção Ludwig fica até 21 de julho no CCBB

quarta-feira, 23 de abril de 2014

SALVE JORGE, SALVE OGUM, IGREJAS E TERREIROS EM UMA FESTA VIRTUAL

Santo Forte, Glorioso São Jorge livrai-nos de todo o Mal livrai-nos do Dragão da maldade
 Santo Guerreiro, Invencível
No dia 23 de abril milhares de fiéis vêm reverenciar São Jorge, Ogum na Umbanda e no Candomblé, nas Igrejas e Terreiros em festa.  Pedidos são feitos, promessas são cumpridas, lágrimas de agradecimento e de emoção, vindas do fundo do coração. Jorge/Ogum é o Santo Forte. Este ano de 2020 as homenagens ao Santo Forte serão feitas em suas casas, dentro do coração de cada um.
Santo forte, protetor dos fiéis que usam sua oração como escudo protetor.
"Eu andarei vestido e armado com vossas armas para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, tendo armas não irão me ferir, e nem pensamentos que possam ter para me fazer mal" Trecho da Oração

SALVE JORGE, SALVE OGUM "Quem vence batalha é São Jorge, Quem vence demanda é Ogum...."

quarta-feira, 9 de abril de 2014

NO TEMPO DAS DISCOTECAS

OS EMBALOS DE SÁBADO À NOITE 
atualizado em 06/05/2023
A Era Disco está voltando com o "Frenetic Dancing Days", Gloria Gaynor, Donna Summer e outras divas que fizeram ferver as noites sem fim estão de novo nas pistas.  A TV Globo lançou há tempos atrás a novela Boogie Woogie em homenagem ao Tempo das Discotecas, talvez um meio remake de Dancin Days. Os anos setenta foram a época de ouro das boates cariocas. A noite fervilhava no Regine's, no Hippopotamo e no New Jirau. Tudo começou na New York City Discotheque em Ipanema comandada por um antigo combatente da Guerra do Vietnã Carlos Wattimo. A New York teve vida curta, e as noitadas ficavam até a manhã no circuito Leme, Copacabana Ipanema, comandadas por Régine Schoukroum, Sergio Cavalcanti e Ricardo Amaral. Eram noites de festa.
New Jirau photo by Alcyr Cavalcanti all rights reserved
Havia muita repressão nos anos de chumbo, era preciso extravasar exorcizar os fantasmas, ninguém aguentava mais. Nada melhor do que dançar para não 'dançar".A Era Disco ditava a moda, desde os "Embalos do Sábado à Noite" de John Travolta protagonista do filme de John Badham com a trilha sonora dos Bee Gees que levou milhões de jovens a fazer o estilo Tony Manero imortalizado pelo ator. Calças justas para homem, meias coloridas em sandálias altas eram a febre entre as mulheres, que dançavam nas pistas ao som de Donna Summer a rainha da Disco Music. Políticos, socialites, craques de futebol,banqueiros de bicho, artistas internacionais,candidatas a celebridades batiam ponto no eixo Leme, Copacabana Ipanema. O Rio fervilhava em dias de vinho,rosas e cocaína, a noite era uma festa. Para dar mais brilho às pistas foram contratadas pessoas que conheciam quem era quem, quem tinha prestigio e poder para animar as noitadas que pareciam não ter fim. Era necessário ter muito conhecimento e principalmente ser amigo de Lauretta, Danusa Leão, Claude Amaral ou dos colunistas sociais para poder ter seu ingresso garantido. Sair nas colunas sociais era essencial.
Régine's photo by Alcyr Cavakanti all rights reserved
Rod Stewart no Régine's photo by Alcyr Cavalcanti all rights reserved
Rod Stewart evoluía na pista da boate Regine's ao som de Taj Mahal.   As rainhas da noite carioca evoluíam nas pistas, enquanto negócios eram fechados, uniões eram acertadas, casamentos eram desfeitos, futuros governantes surgiam na politica ao som pilotado por Careca, Dodõ, Ferrugem, Don Pepe, Amandio e outros DJs.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

DIAS DE FOGO E DESTRUIÇÃO

Para que tudo mude, é necessário que tudo permaneça como está. Tommaso di Lampedusa, Il Gattopardo. Os dias de fogo e destruição continuam tendo como alvo preferencial, o péssimo sistema de transportes da cidade do Rio de Janeiro. Ônibus incendiados, trens e barcas destruídos, em um ciclo de violência que parece não ter fim. Desde 1987, durante governo Moreira Franco apoiado em um enorme arco de alianças, inclusive partidos de esquerda que dias de fogo e destruição tem se repetido ano após ano. Eu trabalhava na Tribuna da Imprensa, o combativo diário da Rua do Lavradio, após ter saído de O Globo e ter tido uma breve passagem pela Isto É. A equipe era mínima mas deu conta do recado, as fotos de Marco Vinício, Jorge Reis e minhas foram bem aproveitadas. Além do Primeiro Caderno ilustrei a capa do segundo caderno o Tribuna Bis, que deu como manchete "A praça de Guerra" "
Eu trabalhei motivado e porque não dizer inspirado. o dono do jornal Hélio Fernandes Filho, Helinho meu grande amigo, preencheu um cheque polpudo para que eu tivesse motivação, e corresse para a pancadaria. Bons tempos, grana é um bom estimulo. Da década de oitenta aos dias de hoje, pouca coisa ou nada mudou, as empresas de ônibus continuam dando as ordens e os governantes apenas assinam em baixo, apesar dos protestos populares. Fica uma pergunta: Até quando?

sábado, 8 de fevereiro de 2014

MARCELLO MASTROIANNI

IL BELO ANTONIO Marcello Mastroianni era o mais famoso ator do século e em muitas ocasiões alter ego de Federico Fellini. Protagonista de filmes memoráveis, em papeis marcantes seja como o Belo Antônio seja como o repórter a cata de celebridades em La Dolce Vita. Marcello veio ao Brasil para fazer dupla com Sonia Braga fazendo o turco Nacibe da obra de Jorge Amado. Paraty vivia dias de gloria em uma festa permanente durante as filmagens de Gabriela. Eu trabalhava no Globo, que não demonstrava nenhum interesse em acompanhar as filmagens, o jornal preferia o bangue bangue dos morros cariocas, ou as festinhas da Hilde. Insatisfeito com a medíocre pauta resolvi dar uma de paparazzi e fui até Paraty ao estilo caçador de imagens, por minha conta e risco. Troquei de horário com um amigo, pedi um dia de folga e parti para a Costa Verde para registrar in loco as cenas de Gabriela. Sabia que o charme de Mastroianni iria atrair a mulherada.
a socialite Irene Singery e Marcello foto Alcyr Cavalcanti Fui duas vezes até Paraty. e uma das vezes acompanhado de Marlene na longa travessia até a cidade histórica. O filme veio na trilha da novela que tinha Sonia Braga como personagem.
O problema ere onde publicar, visto que o Globão não tinha interesse, e não iria acrescentar nenhum centavo ao meu parco salário. Fui até sucursal do Estado de São Paulo chefiada pelo Airton Baffa que gostou muito das imagens e publicou no Jornal da Tarde. Vendi também para a Ultima Hora (com nome suposto) que publicou na coluna do inolvidável Reinaldo Loy a briga entre Bruno Barreto (diretor) e o diretor de fotografia Carlo di Palma. Enfim levantei algum numerário para compensar o esforço.