sábado, 27 de outubro de 2012

ROD STEWART E OS CAÇADORES DE IMAGENS

ROD STEWART E A FESTA NO APÊ 

Florinda Rod Stewart, Marina Cicogna foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved
Rod Stewart é um ídolo que encanta as multidões do Rock in Rio em 2015. Fã do futebol e das praias cariocas, Rod Stewart era no final dos anos 70 o maior ídolo da Pop music. O Rio já estava em tempo de carnaval, e Rod veio com armas e bagagens para animar a festa.Sua chegada foi triunfante, bem ao estilo rock and roll. Cansado da longa viagem, não resistiu aos encantos do mar de Copacabana e mergulhou à luz da lua, na falta de uma sunga, de cuecas.O JB que não dormia no ponto acompanhou o popstar, fez um belo registro pela objetiva sempre atenta de Almir Veiga. Eu havia voltado de férias, e inconformado pelo "meu jornal" não ter feito a imagem, resolvi correr atrás, por minha conta e risco.Na época fazia vários freelancers descontente com a pauta pouco criativa do jornal.a Agência Globo não havia sido criada, o que permitia iniciativas pessoais. Tinha a informação que o cantor estava dando uma festa na suite presidencial do Copacabana Palace, onde estava hospedado. Fotógrafos eram proibidos, para não estragar o embalo dos convidados.Rod tinha vindo à convite da Radio Cidade, na época do grupo JB. Tentei entrar, não consegui, estava acompanhado de meu fiel escudeiro Matias Resende, que estava saindo da Associated Press,sendo convidado para a Agencia Globo, que estava em fase inicial.Resolvemos insistir, e a solução caiu do céu. Claude maquiador da equipe do salão Renault que havia ficado nosso amigo, quando de um ensaio com Elza Braga, casada com Márcio Braga, para a Vogue Brasil, resolve nos ajudar. Entramos na festa como maquiadores da equipe Renault, sob olhar desconfiado e sob protestos de uma equipe da revista Manchete. As nossas câmeras estavam bem guardadas,oficialmente eramos maquiadores, ou cabelereiros que só queriam participar do embalo. De inicio nada de fotografias, ficamos andando pelas salas e corredores apinhados de gente famosa, e de outros atrás de seus quinze minutos de fama. Aos poucos resolvi clicar mas com suavidade, sem perder la ternura, jamás.Muito barulho, muita música muitos decibéis acima do permitido, afinal estávamos em um hotel cinco estrelas.
marta surerus waetcher foto alcyr cavalcanti all rights reerved
Gal Costa e Nelson Mota foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved
Quando todo mundo (ou quase todo mundo) estava "a mil por hora" começaram as reclamações dos hóspedes que pressionaram a dona do Copa, dona Mariazinha Guinle para acabar com a bagunça. Um hóspede mais afoito ligou para a policia exigindo providências, Rod e sua entourage tinham má fama e uso de substâncias pouco convencionais. A cavalaria veio rapidamente, policiais de tudo quanto é jeito, queriam fazer uma varredura, que felizmente não foi permitida, não havia mandato judicial.Mas a grande festa,o grande circo chegava ao fim. Ficava uma dúvida; aonde os convidados iriam conseguir uma boca livre aquela hora da madrugada? Rod e sua bela acompanhante perplexos com o desfecho, resolveram aproveitar o final da noitada e foram procurar um outro local. Mas isso é uma outra história para ser contada em outra postagem. O Show não pode parar.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

POETINHA VINICIUS DE MORAES

VINICIUS E TOM UMA PARCERIA PARA A ETERNIDADE
40 ANOS SEM VINICIUS
No dia 9 de julho de 1980 morria Vinicius de Moraes depois de uma vida intensa deixando muita saudade em seus amigos e principalmente em seus inúmeros  amores. As obras do poetinha estão reunidas em uma luxuosa caixa organizada por Eucanaã Ferraz pela Editora Nova Fronteira. Eucanaã também fez o roteiro do filme sobre Vinicius do cineasta Miguel Faria Jr.
Vinicius de Moraes era botafoguense e Tom Jobim tricolor de carteirinha. Ambos trocaram levantamento de pesos por levantamento de copos. Se estivesse vivo, Vinicius de Moraes faria mais de 100 anos, de uma existência vivida intensamente sob o signo da inquietude, deixando um legado para a poesia, para a música, para o teatro e para as artes em geral. Vinicius foi um artista pleno. Boêmio de carteirinha, frequentador assíduo do Beco das Garrafas, e dos botequins cariocas,
photo by alcyr cavalcanti uso proibido sem autorização
foi parceiro de vários ícones da MPB, mas em seu final tinha um afeto especial por Tom Jobim e por Toquinho.
Tom Jobim bebendo o cafezinho da manhã após noitada interminável. Vinicius escreveu a peça "Orfeu da Conceição" em 1956 baseada na tragédia grega de Orfeu e Eurídice, adaptada aos morros cariocas no século XX, que depois foi levada ao cinema pelo diretor Marcel Camus em 1959, e ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cinema em Cannes. Tive a sorte de partilhar alguns momentos em sua casa, em reportagem para O Globo com a repórter Márcia Cezimbra no final dos anos setenta.Vinicius estava muito deprimido, e só conseguiu dialogar conosco, depois de muitas doses de White Horse. A imagem que registrava o momento da vida do artista foi feita no final da entrevista quando demonstrando muita tristeza o poeta sentou-se na entrada de sua casa.