domingo, 8 de novembro de 2009

O F0T0JORNALISMO NÃO ACABOU

"Em um universo de imagens mudas que nada representam, nós lutamos por imagens que falam por si mesmas, que nos contam nossa história, nosso mundo tal qual ele é, sem filtro"
Christian Gauffre

HOMENAGEM A TODOS OS FOTOJORNALISTAS QUE PERSEGUEM A VERDADE POR DETRÁS DAS APARÊNCIAS
Remoção de Favelados Alcyr Cavalcanti all rights reserved

A QUEDA photo Alcyr Cavalcanti all rights reserved

O Fotojornalismo está vivo
O fotojornalismo está mais vivo do que nunca, apesar das pseudo-verdades repetidas ao infinito, que pela insistência tentam se transformar em verdades incontestáveis. A invasão de câmeras portáteis e celulares parece ter trasnformado a todos em fotojornalistas. Mas não é bem assim. A essência do bom fotojornalista é a documentação de fatos que não mais irão acontecer, do fenômeno fugidio, do flagrante único, do instante que não se repetirá. "Não fez a foto, então dançou" é a máxima do bom "caçador de imagens", que vive obcecado na procura da foto definitiva.
"Intuição e rapidez, mas sobretudo capacidade em antecipar o acontecimento para estar sempre no lugar certo na hora certa" são para a escritora Francesca Taroni as qualidades essenciais do bom fotojornalista.

O imediatismo próprio desses novos tempos envelhecidos do século XXI obriga os profissionais a uma apuração rápida "correndo contra o tempo", o que pode levar na maioria das vezes a uma abordagem superficial e mal feita. A abordagem superficial da foto reportagem pode levar à publicação de meras ilustrações totalmemte acessórias, meras ilustrações visuais. A análise feita por Pierre Bourdieu parece exata: "o jornalismo de um instrumento da democracia, se converte num instrumento da opressão simbólica". Nessa relação de forças a fotografia como notícia perde espaço para a cobertura da intimidade de celebridades e da vida de artistas, daí a profusão de revistas especializadas que fazem a alegria dos paparazzi.

Para Jean-François Leroy, diretor do Visa pour L'Image, o principal festival de fotojornalismo,em Perpignan, "O autêntico fotojornalismo está sendo cada vez menos usado pela grande imprensa, mas asseguro que nunca vai morrer porque sempre serão necessárias testemunhas (fotógrafos) sobre tudo o que se passa no mundo. Não é o fotojornalismo que está condenado. É a imprensa que não faz o seu trabalho "
violência urbana all rights reserved

Fica uma pergunta: "Essas imagens poderiam ser feitas por qualquer um?".

domingo, 7 de junho de 2009

Fotojornalismo no século XXI

O Fotojornalismo é uma das especialidades do jornalismo, certamente uma das mais importantes naturalmente vinculado aos sucessos e fracassos do jornalismo, não estando imune às suas crises. O jornalismo não é uma atividade abstrata, e sempre foi tratado como indústria, e portanto não poderia estar imune a mais uma das crises cíclicas do capital.
Na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro já tivemos mais de uma dezena de jornais diários. Muitos já fecharam suas portas no decorrer dos anos. Só para citar alguns, podemos falar do Correio da Manhã, Diário de Notícias, Última Hora, O Jornal , Diário Carioca jornais que marcaram época. A Última Hora do jornalista Samuel Wainer marcou em definitivo o jornalismo brasileiro quando viu a importância do registro por imagens, dando ênfase especial a seu departamento fotográfico. Samuel dava total autonomia a seu chefe de fotografia Roberto Maia que de fato funcionava como um editor. Seu Maia um profissional de caráter íntegro, extremamente disciplinado, formado nos quadros do marxismo leninismo, que aplicava sua disciplina com rigidez a seus "comandados", era adorado pelo grupo que o respeitavam e obedeciam suas ordens cegamente. Para muitos foi talvez o maior e melhor editor de fotografia que o Brasil conheceu.
Depois dele vieram Henri Ballot, Demócrito Bezerra, Paulo Reis e outros que marcaram em definitivo a moderna fotografia no Brasil. A equipe era de primeira linha e de fato suavam a camisa, e davam sangue pelo seu jornal. Samuel sabis a importância da imagem exposta nas milhares de bancas e pagava bem a seus jornalistas, valorizando a profissão.